sábado, 29 de dezembro de 2012

As Pirâmides

Enquanto Eva resgatava o papiro na sede egípcia da Morcucorp, Ameen me deu as coordenadas para achar a primeira das relíquias, a Relíquia do Sol. Por um acaso estranho, estava em posse de um comerciante local, ele nem tinha noção do valor do objeto e o vendeu como se fosse uma simples antiguidade por algumas barras de cobre, facilitando e muito minha primeira busca.

A segunda, a Relíquia da Vida, estava na Pirâmide dos Céus. Escavada em uma duna distante, levei horas para chegar até ela. Ficava a beira de um lago e piscinas de águas estranhamente limpas ornavam sua entrada. Aproveitei e entrei para retirar o pó da estrada. A noite estava repleta de estrelas e a iluminação da antiguidade, apagava o brilho do céu. Resolvi entrar na tumba mesmo sendo tão tarde, minhas forças foram renovadas com o banho a luz do luar.

Dentro, mais piscinas, provavelmente a pirâmide homenageava Hórus, o deus dos Céus, e as piscinas seriam uma referência às lágrimas de sua mãe Ísis para seu marido morto, Osíris. Os antigos egípcios acreditavam que elas enchiam o Nilo, nas épocas de cheia. Mergulhei para alcançar as portas laterais, uma totalmente lacrada, onde a relíquia repousava através dos tempos. A chave estava perdida em alguma sala distante e realmente muitas armadilhas esperavam-me, espalhadas ao longo daquele lugar.

Ao decorrer das horas, estava intrigado com a engenhosidade dessa cultura ancestral e com as várias riquezas a serem saqueadas. Não perdi meu tempo e coletei tudo o que podia pelo caminho. Cheguei a dormir em um corredor quando o cansaço me abateu, embora não desejasse ficar tão relaxado em um local hostil. Minha persistência foi agraciada com a revelação da chave e finalmente pude fazer o caminho de volta até a Tumba Oceano Desértico e resgatar a relíquia. Quando voltei à aldeia, Eva já havia conseguido o papiro e dois dias tinham passado desde a minha entrada na tumba.

Descobrimos o local aonde a Relíquia da Eternidade se encontrava, a Grande Pirâmide. Um desafio apropriado para o final da minha aventura e obviamente o mais intricado. Fui de encontro a um verdadeiro labirinto de salas antigas e repletas de armadilhas. Contudo, após passar por muitos tesouros saqueados por minhas mãos, descobri o inusitado, múmias andando como se vivas estivessem. Em minha mente cética nada daquilo fazia sentido. Após dias, preso dentro de uma pirâmide, achei que estava delirando!


quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Rebeldes

Na manhã seguinte, entrei na pirâmide, passei por mais alguns obstáculos simples e armadilhas bem conhecidas. Finalmente encontrei o pequeno arbusto repleto de fruta flambada e depois de colher mais que o suficiente para a minha missão, devorei uma. Não entendi o motivo desta delícia estar escondida dentro de um monumento egípcio. A sensação de quentura e conforto me conquistou por completo e resolvi guardar uma semente.

Após entregar a encomenda, muitas pequenas missões foram resolvidas, até Ameen confiar seu maior segredo. Ele faz parte do grupo rebelde e está infiltrado na corporação para conseguir as três relíquias antes de nossos inimigos. Estas relíquias, além de terem um valor histórico e material inestimável, compõem uma antiga lenda: conferem um poder sobrenatural e místico, capaz de modificar o mundo, ao seu possuidor. O papiro com as informações sobre como utilizar o poder das relíquias já estava em poder da Morcucorp. Os rebeldes pretendiam obtê-lo graças à corrupção na sede egípcia, aonde está guardado. O segundo passo era evitar que as peças fossem encontradas.

Ao final de um longo dia, levei as informações à Eva em nosso acampamento. Minha amiga se transformou completamente, usava roupas mais adequadas a região, bem menos reveladoras. Fiquei intrigado com a mudança, quando desviou meus pensamentos ao comentar eufórica:

– Encontrei a líder dos rebeldes ontem a noite. Ela é como você, fala fluentemente mais de oito idiomas e não tivemos dificuldade para nos comunicar. Passamos a noite em claro trocando ideias e fazendo planos em seu esconderijo secreto. Temos um esquema para liquidar com o chefão da organização e acabar de vez com suas demandas.

Fiquei abismado com a rapidez do desenrolar de nossa história. Talvez algo estivesse errado e nossas descobertas acabassem por piorar sua situação e nos meter em uma enrascada ainda maior, por isso após contar a lenda das relíquias, completei:

– Muito estranho nós dois encontrarmos esses rebeldes tão rápido! Por que confiaram em nós tão facilmente, não seria uma armadilha?

Despreocupada, Eva me assegurou que estava tudo em ordem com eles. Layla Lufti havia contatado Ameen e o informado sobre nosso embate com a corporação. Eles precisavam de nós para recuperarmos o papiro e encontrarmos as três relíquias. Assim teriam certeza de nossa fidelidade a causa rebelde. Só então explicariam o plano para destruir o presidente e seu grupo de CEOs.

Eu ainda tinha algumas dúvidas sobre tudo isso, contudo minha amiga parecia excitada com o desfecho da situação. Como ela era muito boa em sua profissão, além de ser uma excelente observadora, principalmente de caráter, cedi. Sua confiança na facilidade para pegar os papiros e achar as três relíquias era contagiante. Entretanto tinha certeza que seria a maior e mais difícil aventura da minha vida. Ainda nem havia encontrado a primeira peça...


quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Vislumbres do Egito

Após passar no teste, fui enviado para um outro empregado. Ameen Moussa me parecia um homem íntegro e nem questionei suas motivações para prestar tal serviço, mas seu casebre simples foi o suficiente para o compreender. Ele me passou a tarefa de entrar na menor pirâmide e colher uma fruta especial. Isso me lembrou do meu estômago vazio e antes de cumprir minha nova empreitada, fui até o mercado. Deparei-me com um encantador de serpentes e o observei beijar a víbora, após ela dançar no ritmo da sua exótica flauta.

Para minha sorte encontrei com Eva prestes a ter seu almoço tardio, nos unimos e confrontamos nossas descobertas, assim como fracassos nesse primeiro dia. Após a refeição conversamos com alguns comerciantes locais e notei o olhar de desprezo das mulheres para a minha amiga. Provavelmente por conta de suas roupas, ajustadas ao corpo, diferente das túnicas largas sobre saias longas das egípcias. Mesmo assim ouvimos vários boatos sobre a Morcucorp, entre eles, uma conspiração sob a influência do Illsiminati. Ali no mercado, nenhum dos aldeãos gostava da corporação e todos tinham algo de ruim a comentar sobre ela.

Quando estávamos voltando para o acampamento, descobrimos um pequeno oásis deserto, próximo ao rio Nilo, o sol estava abaixando e a vista das pirâmides era deslumbrante. Resolvemos tirar nossas roupas e nos refrescar nadando naquelas águas claras e limpas, tão famosas quanto os monumentos a sua margem. A temperatura agradável e a correnteza tranquila, ajudou não apenas a limpar o pó do deserto entranhado em nossas peles, como a todo o cansaço do dia.

Deitamos sobre a grama para deixar nossos corpos secarem antes de nos vestir e voltarmos para o acampamento. Contudo, minha amiga tinha outra ideia em mente, estava preparada para me seduzir ali mesmo. Tivemos uma experiência única, alcançando um supremo prazer a margem daquele rio milenar, durante o crepúsculo e sob a visão inigualável das pirâmides. Nunca vou esquecer-me desse momento, uma lembrança encantadora da impetuosidade de Eva.

Após nosso interlúdio, deixei minha companheira no alojamento e segui para a Pirâmide das Areias Ardentes, na lambreta alugada mais cedo. Estava preocupado em deixá-la sozinha, mas ela insistiu em ficar e se enturmar, com intenção de descobrir alguma pista. Quando cheguei ao meu destino, estava já muito cansado, tudo o que fiz foi montar a barraca e dormir. Completaria a minha expedição no dia seguinte, após uma boa e tranquila noite de sono.


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Al Simhara

Quando me dei conta, minhas férias de julho chegaram e viajei para o Egito com Eva. A única hospedagem que conseguimos foi em um acampamento, em meio a cientistas, arqueólogos e aventureiros. Por sorte, minha amiga apesar de doidivanas curte uma vida selvagem. Ao invés de se preocupar com o desconforto de dormir em barraca e cozinhar a céu aberto, fez amizade com um arqueólogo chinês, logo ao chegarmos. Eles se entenderam muito bem sem a minha interferência. Através dele descobrimos sobre um anúncio da Morcucorp, no quadro de avisos do acampamento.

Li o cartaz com atenção, eles procuravam alguém disposto a encontrar algumas relíquias pelas ruínas espalhadas no deserto. Eva sugeriu que eu ofertasse meus serviços. Afinal, além de ter alguma experiência no assunto, poderia infiltrar-me na organização sutilmente e saber o porquê de estarem em busca das tais relíquias. Concordei com ela, era uma oportunidade única de investigar e talvez até mesmo atrapalhar o plano dos vilões.

Enquanto minha amiga se dirigia ao centro comercial da vila, com a intenção de conhecer os moradores, eu me encontrei com o contato da organização. Fiquei surpreso ao me deparar com uma mulher local, perguntei-me internamente se ela tinha total conhecimento das falcatruas dos seus empregadores. Ouvi sua explicação detalhada da minha missão inicial. Tive certeza de ser apenas um teste: Quem esquece um dossiê em uma tumba já descoberta e precisa de outra pessoa para buscar?

A tumba ficava colada ao nosso acampamento, desci as escadas e havia um cenário digno das melhores casas de horrores e até inscrições antigas em hieróglifos. O teste era ridículo, apenas um péssimo observador não conseguiria encontrar as óbvias pistas para chegar ao dossiê “esquecido” dentro de uma arca. Ao encontrá-lo, não me detive a abrir o envelope, e tudo o que havia dentro era uma pasta vazia.


sábado, 17 de novembro de 2012

Desafio

De volta a minha cidade natal, procurei meu melhor amigo antes de qualquer coisa, precisava de alguém para desabafar. Encontrei com o Will no bar do Eugi, ele me ouviu com atenção e como um bom amigo encheu meu copo durante toda a noite. Normalmente eu recusaria, desta vez tomei tudo sem discussão. Ao final, ele me carregou para casa e se encarregou da minha moto. Naquela noite eu entorpeci meus sentidos e esqueci a dor.

Eva me ligou no dia seguinte e praticamente me obrigou a visitá-la após as aulas. Quando cheguei, ela não me perguntou nada, me conduziu ao sofá, deitou minha cabeça em seu colo e sussurrou palavras de carinho. Exatamente como fazíamos na solidão do orfanato e desejávamos ter nossos pais para acariciar nossos cabelos. Somos adultos agora, assim o carinho evoluiu para algo mais e partilhamos um abraço entre dois amigos procurando esquecer suas dores no prazer do contato íntimo.

O primeiro mês se arrastou, vaguei pelos bares e clubes de Bridge tentando voltar aos poucos ao cara despreocupado e aberto para as belezas e alegrias da vida. Nas primeiras vezes a bebida se tornou uma companheira amarga. Aos poucos a deixei de lado e me abri para companhias mais doces. Recuperando o meu humor e fazendo o meu melhor para sanar a minha dor.

Logo estava sonhando de novo com a minha deusa ruiva e desejando apagar de vez qualquer amargor restante com a mulher perfeita para os meus braços. Havia passado algumas semanas desde nosso último encontro e liguei ansioso como uma criança no dia de Natal pelo seu presente. Lana como sempre parecia entusiasmada a me encontrar. Neste reencontro tive a certeza de estar pronto para encarar o desafio de viver sem o meu amor.

Mais uma vez expresso minha gratidão a P@h pela foto da Lana.


sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Fim do Idílio

No meu último dia em Shang Simla, meu novo mestre trouxe um lutador para treinarmos. Um teste para descobrirmos se eu já estava pronto a me aventurar no grande circuito. Venci a luta tão facilmente que o rapaz ficou entusiasmado com minha capacidade e me cumprimentou diversas vezes pelo meu êxito. Shang expressou seu contentamento e disse não esperar menos de mim, quando eu retornasse à Vila treinaríamos juntos até o início do circuito, no ano seguinte.

Estava decidido a não me afastar de Mei até a hora do táxi me buscar. Após o treino, almoçamos todos juntos em sua casa e os visitantes se retiraram logo depois da deliciosa refeição. Mal dei tempo para a porta se fechar e a agarrei de encontro ao meu peito. Nossos corpos se encaixaram perfeitamente e demos vazão aos nossos desejos retirando nossas roupas desajeitadamente, sem rompermos o contato.

Passei toda a tarde tentando decorar cada detalhe da minha amada. Fotografei sua nudez com meus olhos, vivifiquei seu sabor com a minha língua, acariciei sua pele com a minha e digitalizei a sua textura. Marquei o aroma de seu corpo com meu olfato apurado, gravei seus murmúrios e gemidos em meu canal auditivo. Apreciei e rememorei a plenitude de minha amada em nossos momentos mais íntimos de paixão e desejo.

Eu não queria afastar-me e expressei isso em uma frase impulsiva:

 – Vem morar comigo em Bridgeport! – percebi seu olhar de questionamento e completei – Sei que não pode ir comigo hoje, mas em um mês ou dois poderia arrumar suas coisas e vir para morarmos juntos. Quem sabe abrir um centro de meditação na cidade? Com certeza teria muita gente estressada querendo aprender suas técnicas.

Ela se levantou assustada e disse:

 – Você não pode estar falando sério, né? Ainda é muito cedo para tomarmos qualquer decisão nesse sentido, vamos primeiro nos conhecer um pouco mais. Quando voltar aqui teremos amadurecido nossos sentimentos para aos poucos decidirmos se queremos realmente estar juntos e tentarmos descobrir uma forma que agrade aos dois.

Eu normalmente não sairia do sério, mas sou um homem loucamente apaixonado, e seu discurso demonstrou que nossos sentimentos não estão em pé de igualdade. Afetou-me drasticamente, nunca estive tão irado como naquele momento, e realmente não lembro das palavras duras lançadas a ela. As quais me arrependi tarde demais, ao relembrar seu olhar de horror e desprezo pelo meu momento de fúria. Mei não me amava o suficiente para me seguir, nem dormir e acordar todas as noites ao meu lado, como naqueles dias de idílio.

A dor era profunda em meu coração, mas antes de colocar qualquer roupa e sair de sua casa, a imprensei na parede roubando-lhe um último e devastador beijo. Guardaria aquele sabor para sempre em minha memória, o sabor do amor perdido e destruído. Queria que ela sentisse a minha perda, revogasse sua sentença e fosse comigo naquela mesma noite para Bridge. Obtive apenas um olhar tenso e ingrato. Coloquei minhas roupas rapidamente e com minha mochila nas costas saí de lá derrotado. Perdido de amor...


sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Um Novo Mestre

Shang Li é um primo distante de Mei, além de seu Mestre. Ele conquistou o título de campeão do Circuito de Lutas com apenas dezesseis anos e manteve-se invicto por cinco anos consecutivos. Nos últimos anos se dedicou a meditação transcendental e ao seu sucesso como poeta. Explicaram-me sobre as noites de vigília toda sexta, as quais estou convidado a participar em meu próximo retorno a cidade. Ele ficou para o jantar e me aceitou como discípulo. Aprenderei realmente como lutar e vencer o Grande Circuito.

Naqueles poucos dias em Shang Simla, melhorei meu condicionamento físico e flexibilidade sob o escrutínio do meu novo Mestre. Ele me ensinou tudo o que era possível em tão pouco tempo, talvez até mais do que imaginamos a princípio. Passamos todos os dias seguintes em treinamento. Fiquei feliz por Shang estar disposto a agradar a prima e passar o seu conhecimento para um estrangeiro. Ele é apenas dois anos mais velho que eu e extremamente sábio para alguém tão jovem.

Meu tempo com minha amada ficou reduzido aos finais de tarde e a noite. Visitávamos os lugares mais próximos da Cidade Proibida, para não nos distanciarmos de sua casa. Nosso ponto preferido era o Dojo, não só pelo nosso gosto pelo tatame, mas também por ser o melhor local de observação do pôr do sol, na parte baixa da vila. Voltávamos depois do belo espetáculo da natureza e preparávamos o jantar na expectativa do restante da noite, quando finalmente estamos a sós.

Com Mei aprendi a apreciar cada detalhe do seu corpo firme e alvo, de seus lábios rubros com meus beijos, dos seus olhos brilhantes de esperança e anseio, de suas longas madeixas negras acariciando minha pele como seda. Todos estes detalhes estão além da minha possibilidade de descrição e obviamente demonstra minha incapacidade poética. Contudo o mais relevante não era o prazer do nosso amor ou o acordar despertado para o prazer e sim o prazer de dormir acomodado de encontro a minha amada.


domingo, 28 de outubro de 2012

Interlúdio

Aproveitamos o restante da manhã na cama, entre dormir e namorar. O preço da diferença de fuso horário, do cansaço acumulado na viagem e da noite sem dormir, me fez apagar completamente. Acordei, já ao final da tarde, em uma cama vazia. Mei não se encontrava em lugar algum, então me recordei, era o dia de seu compromisso misterioso, sexta-feira. Quando fui ao banheiro encontrei no espelho, seu bilhete escrito com batom: “Volto à noite”.


Ainda era cedo, por isso resolvi esticar as pernas e procurar por alguns conhecidos nO Imperador. Aproveitei o Happy Hour para cumprimentar alguns amigos e depois passei no mercado e comprei os ingredientes para fazer um yakisoba no jantar. Em geral, minha Mestra passava as noites de sexta fora e fiquei feliz por saber do seu retorno em breve.

Ainda estava preparando os vegetais quando ouvi risadas alegres e amigáveis na porta de entrada. Provavelmente um inesperado convidado a entrada. Por sorte sempre exagero na quantidade de soba e não retirei minhas roupas ao chegar. Passaria a noite almejando a despedida para poder desfrutar mais uma vez de toda a paixão, a qual esperei desde o meu despertar ao final da tarde.

Ao virar-me para a porta com deparei-me com um homem grande e com olhos verdes praticamente idênticos aos de Mei. Os dois pareciam compartilhar grande intimidade, e em minha mente questionei o motivo para ele estar ali justamente naquela noite. Entretanto antes de imaginar qualquer coisa, terminei o yakisoba com calma e me aproximei dos dois em busca de respostas.


sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Will e sua Aventura

Aventuras de um Ardoroso Fã em Sunlit Tides é um relato do Will sobre suas férias, sua ida coincidiu com a gravação de um filme na Ilha, protagonizado pelas divas Lana Turner e Andrea Montez. Sua história foi contada em confiança de amigo para amigo e seu conteúdo é de cunho homossexual.  Se você se sente incomodado em ler, ouvir, falar e ver cenas quentes entre homens, ou sua fé não permite, nem comece a leitura. Qualquer comentário homofóbico será deletado, para não constranger o restante dos leitores. Agradeço a compreensão de todos.

Clique aqui para começar a leitura.


Amor, Amada, Amante

Não dei espaço para dúvidas ou pensamentos, agarrei sua cintura fina e a trouxe de encontro a mim. Suas mãos pairaram sobre o meu peito com uma suave pressão e carícia, sua boca se entreabriu em um suspiro inaudível. A resposta do meu corpo foi imediata como eu imaginava, seu perfume exótico, sua tez macia, a suavidade e o sabor do seu lábio superior de encontro aos meus me levaram a outro mundo, onde éramos apenas um homem e uma mulher, amantes perfeitos. Eu não podia mais duvidar, aquela seria a minha melhor e mais realizadora aventura. Por um momento me questionei, ela estaria disposta a me oferecer mais que um singelo beijo?

Quando pressionei minha boca sedenta e insistente de encontro a sua, seus braços subiram pelo meu peito e repousaram sobre meus ombros em completa rendição. Mei estava disposta a me receber como o seu homem e não mais como seu discípulo. O embriagador e avassalador gosto exótico de seu ósculo, levou-me a um estado inigualável de saciedade e insatisfação, mesclando um desejo intenso de concretizar a junção de nossos corpos, com um orgasmo indescritível. O mistério a envolver esta dualidade de sensações me estimulou a carregá-la porta adentro sem pedir licença e depositá-la sobre a cama, sem muito cuidado.

Nossas roupas encontraram o chão sem qualquer resistência. Durante o restante daquela noite nossos corpos descobriram e redescobriram o prazer que só pode ser encontrado no amor e com o seu mais perfeito amante. Com minha amada, cada investida é um mistério a ser desvendado, cada gemido um alimento para o meu desejo, cada carícia é um delírio para a minha mente. Seu aroma único, sua beleza oriental, seus olhos iluminados como as mais brilhantes esmeraldas, sua pele marmórea e sedosa, sua beleza radiosa, sua insaciável disposição para nossa união... Transporta-me a um estado único de plenitude.

Quando percebemos, o sol já havia nascido no horizonte, meus olhos não conseguiam acompanhar o movimento de nossos corpos, desejosos de se fecharem e se entregarem ao sono. Lutava contra a urgência de repor minhas energias e a do meu anseio por derramar-me mais uma vez em seu ventre. Percebendo minha aflição, o lado Mestre oriental aflorou e Mei me colocou de bruços, massageou meu corpo com suas mãos macias e pequenas, com uma firmeza e concentração inacreditáveis. Sua massagem aliviou o sono e levou meu estômago a reclamar. Rindo, ela mencionou algo sobre a necessidade de uma boa alimentação para manter minha capacidade de bombear tanto sangue para uma área tão grande e extensa da minha anatomia, tantas vezes.

Ela se levantou em seguida e foi para sua pequena cozinha preparar o desejum. Segui-a sem conseguir me afastar do seu corpo desnudo, enquanto com grande destreza e precisão batia e fritava a massa de panquecas. Sentamos a sua mesa e apreciamos a refeição sem nos preocuparmos com mais nada, nossos olhares conectados, assim como nossas mãos sempre se encontravam em alguma carícia fortuita. Era como se o tempo parasse e somente existíssemos nós dois em todo o mundo. Naquela manhã, a felicidade tinha o seu endereço na Cidade Proibida.