O cansaço dos últimos dias cobrou seu preço, dormimos por doze horas seguidas e acordamos no meio da manhã. O cheiro do café fresco e de panquecas emanava da cozinha e entranhava nossas narinas. Em meio aos nossos corpos ainda entrelaçados na cama, uma sinfonia de estômagos rugindo de fome, nos fez rir e levantar rapidamente. Arrumamo-nos e descemos as escadas apressados para desfrutar da maravilhosa culinária de nosso anfitrião.
Agora com todos os ingredientes exóticos em mãos e a nossa ajuda, os dois estavam dispostos a lutar contra a cúpula da Morcucorp e resgatar o Cálice da Vida. Porém ele não poderia faltar seu trabalho para não levantar quaisquer suspeitas. Fiquei encarregado de encontrar-me com Donatella Romanesco nos estábulos da cidade. Enquanto isso, Eva daria algumas informações falsas sobre os rebeldes no Egito, encerrando sua missão.
Eram quase dez horas quando nosso anfitrião saiu para o seu trabalho. Eva saiu pouco depois dizendo que me mandaria uma mensagem quando saísse da sede da corporação. Meu encontro com a jovem seria ao final da tarde, por isso resolvi dar uma volta no mercado da cidade e conhecer um pouco mais sobre a sua cultura e o povo. Envolvi-me com as barracas de comidas e bebidas, além das conversas em língua nativa. Descobri que ao lado do mercado acontecia o festival de verão e até me arrisquei a dar uma volta de patins e tirar fotos comemorativas.
Foi quando notei, estava no meio da tarde e não havia recebido qualquer notícia da minha amiga. Peguei meu celular pensando se havia deixado desligado, mas estava funcionando perfeitamente. Nenhuma mensagem na minha caixa... Ela não se esqueceria de me mandar uma, poderia ter ficado sem bateria, mas havia tempo de sobra para voltar para casa e me ligar. Pretendia passear um pouco mais e ir direto para a estrebaria. Contudo, ficaria mais tranquilo se a encontrasse descansando sobre o sofá da sala, ou limpando sua máquina fotográfica. A sensação de aperto em meu coração se desfaria e eu poderia ir ao encontro sem qualquer preocupação.